quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Coleção Mestres Disney

No ano de 2005, a Editora Abril publicou o título Mestres Disney. Essas edições foram publicadas em um formato maior que as revistas mensais (17 x 26cm),  lombada quadrada, 164 páginas e preço de capa de R$ 14,95 (esse preço equivaleria a aproximadamente R$ 30,00 atualmente). Uma edição bem caprichada com extras sobre a vida do autor da edição e comentários sobre cada HQ.


Na época do lançamento de Mestres Disney eu não estava comprando quadrinhos Disney e, apesar de ir às bancas regularmente, não me lembro de ter visto uma delas. Natural, uma vez que eu não procurava e os quadrinhos Disney sempre ficavam meio escondidos.

No total, foram publicadas seis edições do título e apenas cinco grandes autores Disney foram homenageados, já que Don Rosa teve duas edições dedicadas a ele. É interessante notar que não foi publicada nenhuma edição com Carl Barks, mas isso se justifica porque, na mesma época, a coleção O Melhor da Disney – As Obras Completas de Carl Barks estava sendo publicada. Apesar do anúncio constante na edição 6 de que a série continuaria em 2006 trazendo autores como Paul Murry, Vicar, William Van Horn, dentre outros, infelizmente a baixa vendagem fez este projeto ser cancelado

Lista de edições:

Mestres Disney #1 Don Rosa Mestres Disney #2Giorgio Cavazzano Mestres Disney #3Floyd Gottfredson Mestres Disney #4Don Rosa Mestres Disney #5Renato Canini Mestres Disney #6Romano Scarpa

Esse é um título muito apreciado pelos leitores/colecionadores de quadrinhos Disney. O formato é muito legal e eu sou totalmente a favor de uma coleção de autores. Atualmente estão sendo publicadas duas coleções com as obras completas de Carl Barks e Don Rosa. E também a coleção Anos de Ouro de Mickey que acredito que tenha, se não completa, uma grande parte da obra de Floyd Gottfredson.

Penso eu que não seja necessário que, pra cada autor, seja lançada uma coleção de obras completas. Seria muito volumoso. Dezenas de edições de cada artista. O editor já afirmou, por meio de entrevista, que está nos planos da Editora Abril uma coleção de obras completas do Paul Murry, nem quero fazer as contas de quantos volumes serão precisos pra isso.

Eu poderia fazer uma lista de vários autores que merecem edições especiais, mas vou apontar apenas dois que estão na minha lista de preferência agora: Ivan Saidenberg e Casty. 

Nesse ano de 2018 a Editora Abril lançou um novo título chamado Lendas Disney. Não sei se esse “Lendas” do título deve se referir apenas a personagens “lendários” dos quadrinhos ou pode ser usado para definir autores também. Espero que sim. O formato é legal, o preço é justo (R$29,90 que equivale ao preço de 2005) e a quantidade de páginas (192) é um bom começo para dedicar uma edição a cada artista. Claro que se houver a demanda, que se façam novas coleções de obras completas de outros autores, mas fica a minha sugestão para que se use o Lendas Disney para homenagear quem já fez muito pelos quadrinhos Disney. 

Imagino que cada leitor tenha um autor que goste mais de ler, mas pensar em ‘obras completas’ para todos parece inviável. Além dessa sugestão de usar o Lendas Disney pra esse fim, é claro que outra sugestão seria a Editora lançar (ou relançar) uma coleção no estilo Mestres Disney.

Galeria de Capas







terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Pato Donald #926

Conteúdo de Pato Donald # 926 (05/08/1969)

Capa

Banzé: "Dono Invisível" (tirinha)

Tio Patinhas - "A jato ou a pato"

Propaganda de um álbum de figurinhas

Lobão e Lobinho - "Espinafrada"

Propaganda do Instituto Universal Brasileiro

Donald - "Deixa que eu conserto"

Contracapa: propaganda da Prestígio (Nestlé)

Nota: post publicado originalmente em 2013 por Victor235

Ilustrações Paolo Mottura - Os Mitos do Cinema


Na página social do mestre Disney,  Paolo Mottura, no Facebook, é possível encontrar um álbum com ilustrações de um portfólio que ele produziu em associação com a nona arte intitulado "Os Mitos do Cinema". São mais de 30 ilustrações e eu vou destacar 10 delas nesse post.
O Poderoso Chefão

O Senhos dos Anéis

Pulp Fiction: Tempo de Violência

Titanic

Era Uma Vez Na América

Indiana Jones

E o Vento Levou

Batman: O Cavaleiro das Trevas

Os Vingadores

Três Homens em Conflito


O artista Paolo Mottura:


segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Pato Donald #2116


Essa edição eu tenho na coleção desde quando era criança. Peguei pra reler essa semana porque o amigo Sandro, do grupo no Whataspp “Papo de Colecionador” encontrou meu nome na seção de cartas. Lembro que na década de 90 meu nome apareceu algumas vezes nas revistas mensais, mas não tinha certeza de em quais delas. Desde que voltei a ler/colecionar em 2013 eu tentava encontrar um tempo pra procurar em todos os gibis da coleção. Com a ajuda do amigo ficou muito mais fácil.


Esse anúncio de compra que eu fiz nunca foi respondido. Essa edição é de julho/1997 e eu nem tinha acesso a internet ainda então imagine a dificuldade para a negociação. O vendedor teria q me mandar uma carta com os números que ele estivesse disposto a vender. Eu teria que responder dizendo quais eu queria. No meio disso ainda teríamos que negociar o preço e a forma de pagamento. Já existia boleto? Teria que ser depósito bancário na extrema confiança? Enfim, não rolou, mas vale a lembrança. 

Histórias da edição

1. O Multivox 2222 - ****

A grande característica do Pato Donald das animações é sua voz grasnada, como que imitando o som de um pato. Eu jamais vi o Pato Donald dos quadrinhos como o dos desenhos animados. Não consigo conceber o Donald dos quadrinhos falando com aquela voz. E prefiro muito mais a versão dos quadrinhos do que a das animações.

Nessa HQ a voz do Donald é o tema central da trama. O roteiro começa mostrando vários cenários em que a voz dele desagrada as pessoas a sua volta. Seja os sobrinhos, Margarida ou Tio Patinhas. Quando o Donald chega no limite de insatisfação com a voz dele, eis que por acaso aparece o Pardal com um invento que modifica a voz de qualquer pessoas com o simples ato de tomar uma cápsula. 

Claro que o Donald não perde tempo e começa a usar a invenção do Pardal e fica com a voz perfeita pra qualquer ocasião em que se mete. Em determinado ponto da HQ, a Margarida fica com ciúmes do sucesso do Donald com as novas vozes (chega a ter admiradoras) e decide aplicar um castigo nele. Margarida, Margarida... assim fica difícil gostar de você. 

Donald iria se apresentar num show de talentos e a Margarida troca uma cápsula de voz reserva por uma com a pior voz do mundo. Mesmo ela se arrependendo antes da hora do Donald tomar essa cápsula, o plano segue em frente e dá certo. Ou dá muito errado pro Donald, conforme o ponto de vista.

No final, Donald corre pra se esconder no deserto e a Margarida consegue ir atrás e encontrar ele lá. Infelizmente o roteiro não mostra a Margarida revelando pro Donald que foi ela quem sabotou ele trocando as cápsulas. Será que ela escondeu isso dele?

É uma HQ de 32 páginas bem interessante e que diverte. Roteiro: Fábio Michelini, Desenho: Massimo De Vita. Foi publicada no Brasil apenas uma única vez nessa edição. Nunca foi republicada.
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2. O Especialista - ***

HQ curtinha de apenas 1 página que mostra o Donald em sua melhor forma: se dando mal em um trabalho novo. Roteiro de Evert Geradts e Desenho: Mau Heymans. Essa HQ também só foi publicada nessa edição e nunca ganhou uma republicação.
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3. Donald, O Técnico - **

HQs que tem o futebol como tema não são as minhas preferidas. Nessa o Donald fica a HQ inteira tentando encontrar um lugar para treinar o seu time. Trama: Paul Halas, Roteiro: Jack Sutter, Desenho: Vicar. Essa HQ tem 9 páginas e foi publicada pela primeira no Brasil nessa edição. É a única HQ dessa edição que ganhou uma republicação no Novo Disney Especial #3 - Futebol (2002), mas com outro título: Treinamento Impossível.
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4. O Campeão - **

Donald vai participar do campeonato de esqui, tira sarros dos cantores do concurso de tirolês, cai do bondinho que subia a montanha, outro esquiador joga o esqui e acerta o Donald que solta um grito e ganha sem querer o concurso de tirolês. Ufa, tudo isso em apenas duas páginas. Roteiro: Kirsten de Graaff, Desenho: Mau Heymans. Essa também nunca ganhou uma republicação.
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5. Donald, Vendedor De Pirâmide - *****

Assim que li o título pensei que o Donald iria se envolver com as famigeradas pirâmides financeiras, mas não é nada disso, felizmente.
Logo no começo da HQ temos uma “homenagem” a Guerra dos Mundos, mais precisamente a ocasião em que o romance foi dramatizado no rádio e a população acreditou em uma invasão alienígena. Seguindo a trama, o Donald é enrolado por um vendedor que convence, por meio de truques, dos poderes de uma pirâmide e acaba comprando todo o estoque de pirâmides do vendedor. Logo após, ao tentar vender, ele se dá conta que foi enrolado e com a ajuda dos sobrinhos consegue passar o vendedor pilantra pra trás usando o mesmo artifício de enganar o ouvinte pelo rádio.

É uma HQ bem inteligente. A melhor da edição. Roteiro: Charlie Martin, Desenho: Vicar. Tem 12 páginas e também nunca foi republicada. Essa merece uma republicação.
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Tirinha Final e expediente da revista
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Eu tinha 12 anos em 1997 e reler esses gibis é como uma volta a minha infância. Tenho gibis mais antigos, mas foram comprados depois em sebos ou lojas virtuais. Os que tenho maior carinho são esses da década de 90 que tem 68 páginas. Uma fase excelente da publicação.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Reajuste de preços dos quadrinhos Disney – Almanaque Disney

Dando sequência à série de postagens sobre os reajustes de preços nos quadrinhos Disney no período entre 1994 e 2018, esse post vai apresentar os números do Almanaque Disney. Os posts anteriores podem ser acessados clicando no nome da revista: Zé Carioca / Tio Patinhas


Uso o ano de 1994 como ponto de partida, pois foi o ano em que houve a ultima mudança de moeda brasileira, de Cruzeiro Real para Real, e também porque foi pouco antes disso que comecei a ler e colecionar quadrinhos Disney. Tenho por volta de 100 números de Almanaque Disney e a maior parte é da década de 90.

Reajuste de preços – Revista Almanaque Disney


Até o momento, cada revista analisada nessa série de postagens teve uma característica diferente uma da outra. No caso do Almanaque Disney, o diferencial fica por conta do número de páginas e lombada quadrada que se manteve inalterado por todo o período analisado, exceto na sua volta no ano passado quando teve uma redução no número de páginas e deixou de ter lombada quadrada para ser publicada em lombada canoa.




Analisando os números

O ponto mais importante a ser observado é que, deixando de lado a interrupção de 12 anos em que a revista não foi publicada, a linha de reajuste do valor segue uma tendência. Ou seja, o preço de capa atual de R$ 9,90 provavelmente seria o mesmo caso a revista não tivesse sido interrompida. O que torna ela mais cara hoje é o fato de ter apenas 100 páginas enquanto antes ela tinha 132 páginas. 

Fazendo uma regra de 3 simples chegamos aos seguintes resultados: caso ela fosse publicada no padrão de 132 páginas e com preço de R$ 9,90 o preço por páginas seria de R$ 0,075 (7,5 centavos p/pag), mas como estamos pagando esse valor por 100 páginas o preço é de R$ 0,099 (9,9 centavos p/pag), o que representa um valor 33% maior. Comparando com outras revistas chegamos aos seguintes resultados: Tio Patinhas #631 (84 páginas / R$ 6,90) preço por página = R$ 0,082 (8,2 centavos p/pag) e Zé Carioca #2440 (52 páginas / R$ 4,90) preço por página = R$ 0,094 (9,4 centavos p/pag). Com isso, chegamos a conclusão que das revistas mensais em formatinho publicadas atualmente, o Almanaque Disney é a que tem um valor maior. Talvez R$ 8,90 pudesse ser mais justo, mas isso são apenas curiosidades em cima de números. Uma análise de mercado e equilíbrio de preços deve ser mais aprofundada e não sou formado na área.

O Almanaque Disney teve uma breve interrupção no final dos anos 90 entre as edições #335 (junho/1999) e #336 (nov/2000), o que me chamou a atenção para um fato que até então eu desconhecia: o Almanaque Disney teve uma periodicidade bimestral entre as edições #336 (setembro/2000) e #360 (agosto/2004). Esse foi o período em que os quadrinhos Disney passaram por uma fase turbulenta, as demais mensais se tornaram fininhas de 32 páginas, com exceção da revista Tio Patinhas. Um ponto positivo é que o Almanaque Disney não teve redução de páginas nessa época.  Curioso é que ela foi cancelada pouco tempo depois de voltar a ser mensal. Nunca saberemos, mas talvez se continuasse bimestral poderia se manter por um tempo a mais ou talvez nunca tivesse sido cancelada.

Fato é que por longos 12 anos a publicação ficou interrompida e voltou a ser publicada somente em junho de 2017. Já tivemos 8 novos números da coleção publicados até o momento e o preço de capa ainda não sofreu outro reajuste. Acredito que esse valor de R$ 9,90 ainda irá se manter por um bom tempo já que é uma estratégia muito arriscada reajustar o valor da revista acima de R$ 10,00. Isso mexeria com o psicológico (e o bolso) dos leitores/colecionadores. 

Galeria de Capas
Selecionei algumas capas importantes do período que marcaram o reajuste de valor, periodicidade ou mudança de layout.

AD 277 agosto/1994 R$ 2,20

AD 288 julho/1995 R$ 2,70

AD 300 julho/1996 R$ 3,70

AD 336 setembro/2000 R$ 3,90

AD 356 janeiro/2004 R$ 4,95

AD 357 março/2004 R$ 5,95

AD 372 julho/2005 R$ 5,95

AD 373 junho/2017 R$ 9,90

sábado, 27 de janeiro de 2018

Anos de Ouro do Pato Donald Vol.2 – Pato Donald #8

Nota do blogueiro: Esse post foi originalmente escrito em 2013 pelo amigo leitor de quadrinhos, Victor. Estou resgatando os seus posts antigos como forma de arquivo e complemento de conteúdo do blog. Esse é um dos posts que deu mais trabalho tanto pra ele fazer quanto pra eu editar para publicação aqui. Eu tenho essa edição Anos de Ouro do Pato Donald Vol. 2 e é muito interessante as curiosidades apontadas a respeito da revista O Pato Donald #8. Quem se interessar por mais posts do autor publicados aqui é só procurar a direita, entre os marcadores, o marcador Victor235. Boa leitura!


Anos de Ouro do Pato Donald Vol.2 – Pato Donald #8

Li hoje o número 8 do Pato Donald (de 1951, o primeiro republicado no volume 2 do Anos de Ouro do Pato Donald). Pra vocês pode não ter importância, mas enquanto lia vi uma série de coisas curiosas e decidi registrar tudo aqui. Não digitalizei pra não estragar a lombada e pra ficar mais fácil, assim eu tirava ao mesmo tempo que lia, sem precisar achar os quadrinhos na máquina.

O Pato Donald #8 / Fevereiro/1951

Curiosidades

- Como era de se esperar, o Português utilizado era mais formal. Nada de "te chamar", em qualquer situação é "chamar-lhe". Ainda há casos, hoje raros, de mesóclise, como a fantástica "Farlhe-ei um favor":




- Ainda assim (português mais culto), além dos inúmeros acentos circunflexos que faziam parte da gramática da época, encontrei algumas palavras escritas de forma errada. Como não sei se antigamente elas se escreviam assim, aponto e abro a discussão aqui:

-- u'a (ao invés de uma), não sei se é erro de impressão


-- "sòsinho"


-- "geito"!


-- "vês"


-- "Não se diz peor, se diz peor"

- "quizer", "atraz", "atrazado" (esqueci de tirar fotos)

-- l’has


-- uma palavra que eu nunca havia visto: "papanatas"


- Assim como em "Chaves" e "Chapolin", muitas frases iniciadas com "De maneira/modo que este..."

- já li em muitos gibis antigos a palavra "vitrina" invés de "vitrine" e "sereia" no lugar de "sirene", inclusive neste:


- Neste mesmo gibi o Pateta é chamado de "idiota" e um outro personagem de "imbecil". Talvez se fosse publicado nos dias de hoje utilizariam termos mais leves, como "tonto" e "burro". Noutro quadrinho, Donald utiliza a frase "com o diabo no corpo":






- Ainda há alguns "maus exemplos", numa ocasião um cavalo cai na água e nenhum quadrinho mostra se ele saiu de lá, se foi retirado, se morreu. Em outra, as crianças maltratam o animal.

PS: ainda assim temos que ler essas coisas (não somente esses exemplos) com a cabeça nos anos 50, os valores eram outros, então não estou julgando e sim apontando.

- Nessa época, havia alguns roteiros meio sem noção. Neste gibi, por exemplo, tem uma história que o Mickey quer alugar um quarto, então dezenas de pessoas invadem sua casa e invés dele brigar ou chamar a polícia ele sem problema algum em ceder sua casa a qualquer um pega e vai dormir na praça...

- A Abril também mudava o layout de algumas histórias, dividindo-as em partes. As primeiras 21 edições do Pato Donald tinham cinco tiras por páginas, com quatro quadros por tira. Enorme para um gibi. Hoje em dia geralmente tem três tiras com dois quadros cada. Ou seja, em 1950 uma página tinha até 20 quadrinhos, hoje tem até 6. 

- Ah, e pra quem não sabe, apenas uma história de cada edição era colorizada (e a capa e contracapa). As demais eram em preto-e-branco.

- Palavra "nazistas" censurada

- Pateta se chamava Dippy


- Pato Donald de óculos

- Um personagem é chamado de "Rei Leão"

- Donald vai ficar como um pinto


- "Amigo Coelho" é o Quincas?


No mais, legal demais ler um gibi desses, dessa época, que bom que foi republicado na coleção "Anos de Ouro".

Anos de Ouro do Pato Donald Vol.2 - Maio/1988
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